MINHA GATA




Olá formosa donzela que esta tarde sobre a minha pequena tela lançastes ousadas e doces provocações.
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Há! Quem me dera ser gato.
Poder descer do teu telhado miando de um jeito safado e entrar de mansinho nos teus mais profundos domínios colhendo para mim toda a tua doçura e fazendo minguar essa tua apregoada fartura.
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Interrogo-me agora… se nós que tanto escrevemos por vezes com ardor seríamos também capazes de alinhar os nossos dois sóis entre uns já desalinhados lençóis e viver uma história desenhada à volta de um círculo que se circunda com paixão sensibilidade e precisão até que ele, feito, uma linda flor exposta ao sol primaveril se vá abrindo, abrindo, devagarinho e forçado por todo aquele meu extremoso carinho.
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Um carinho lento…
Feito em permanente descoberta e aventura, feito também de muita, muita, doçura e que de tanto te melar de toda a retida fartura te iria libertar.
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Sim...
Tens razão, há dias em que os gatos miam por desassossego.
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Há dias em que as gatas por medo apenas brindam o seu gato com beijos felinos e assim continuam a esconder o seu grande segredo.
Segredo sobre o qual começa a ser necessário miar.
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Hoje…
Eu, minha linda gata, miei para ti lá do cimo de um alto telhado.
Já tu, miando baixinho me deixaste atrapalhadinho quando insinuaste que toda tu és doçura e fartura.
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Te imaginei num prazer farto lutando em meus braços e em puro sobressalto enquanto te banhava com a minha, língua-de-gato.
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Sabes!
Nunca pensei que a aquela foto te fizesse disparar um tiro rápido e certeiro.
Erotismo puro e envolvente.
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Acho melhor deixar a minha condição de gato.
Não vá escrever diabruras das quais me possa arrepender.





Hoje! 
Conheci um pouco da outra que há em ti. 
E gostei.
Por isso vem. Vem que eu a ti te darei o que a nenhuma outra dei.


Termino de mansinho 
ilustrando assim... todo o meu carinho

s@si