HOMEM EXTINGUIDO







HOMEM EXTINGUIDO


Naquela tarde…

Tudo aconteceu num instante.

Frágil e cansado, talvez de um voo longo e desgastante…

Aquele pequeno pardal chegou e logo que naquela árvore pousou,

de uma maneira estranha e fixa… Para mim... Olhou.

Pareceu-me que estava esfomeado e por isso, umas migalhas de um pão esbranquiçado para o chão lhe atirei.

Não recusou.

Da árvore desceu… 

E calmamente, todas as migalhas uma a uma comeu.

Depois! 


Para a árvore voltou, e de novo… de uma maneira estranha me olhou.

Percebeu aquele pequeno pássaro, que ali naquele jardim, onde começou o nosso namoro e nasceu o nosso amor, eu tanto tempo depois, 
pela tua ausência… sofria de dor.

Ganhei coragem e interroguei-o. Perguntando-lhe…

Sabes onde pára a mulher que me faz sofrer? 
Se sabes, leva-lhe este bilhete dizendo que gostava de a voltar a ver.

Estranhamente, como se me tivesse percebido, abanou positivamente a sua pequena cabecita pegou com o seu bico aquele meu pequeno escrito,
bateu asas e desapareceu.

Eu! 

Não sei por quanto tempo alí fiquei.

Talvez esperasse o rápido regresso daquele lindo pássaro que alimentei e qa quem disse que sempre te amei.



Mas o tempo passou. O pássaro tao desejado não voltou.

Recolhi-me então, triste e perdido.

Sentindo-me um homem extinguido e de coração sofrido.



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