Naquela noite, enquanto observava a tua foto percebi que
nela estava eternamente retratada uma Mulher! Bela…
Muito, bela.
Depois e para minha inquietude deixei que ela enchesse
por completo esta minha singela tela.
…
Parado, quieto e calado eu, para a tua foto olhava e a
tua beleza venerava.
Foi então!
Que inesperadamente a torre da igreja anunciou o início
da madrugada.
…
Acredita!
Que entre uma e outra badalada eu! Só pensava…
Em como seria bom trocar contigo um carinho ou uma só
palavra.
…
Senti-me então baralhado, excitado, e por isso fiz uma
pausa.
Deixei acalmar a minha excitação.
Deixei restabelecer-se em mim a calma e o silêncio e
quando me senti de novo no estado de alma sereno e apaixonado que me é habitual
continuei a escrever a carta que nunca te enviei.
…
Estava incrédulo!
Olhava o meu cinzeiro e não acreditava.
Senti-me até aflito!
Por ter quebrado a prometida abstinência e, ter tido a
imprudência, de ter cometido tal loucura.
Mas não restavam dúvidas.
…
Fui compondo e escrevendo, enquanto entre um e outro
maldito cigarro eu me sentia, agoniando e morrendo.
…
Não me atrevo sequer a enviar ou a falar detalhadamente
do longo texto, que, inspirado por ti… Eu, escrevi.
Apenas te direi…
Que era um texto que procurava transpor a distância que
nos separava.
Um texto escrito em grande simplicidade e que falava
antes de tudo do meu desejo de contigo ter intimidade.
s@si